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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Nigéria, África

Um passo na direção certa pode salvar a sua vida

Levantamos cedo, tomamos café, despedimos das pessoas na Missão Batista da Nigéria e seguimos para um outro aeroporto em Lagos para pegar nosso vôo para Abuja. Até aqui eu não tinha me dado conta de estar sem a companhia do Sr Ross por perto.

Chegamos na porta do aeroporto e o motorista do nosso carro foi logo enfiando a mão na buzina para outro carro parado na nossa frente. No Brasil, quase ninguém ouve uma buzinada destas sem reagir com muita raiva. Mas na Nigéria, a buzina tem um outro significado. Parece quase uma linguagem local. Interessante isso! Os motoristas buzinam pra tudo e pra todos, em todo o tempo. Para estacionar, para ultrapassar, para virar...

Descemos do carro bem em frente a porta de entrada do aeroporto. Nos despedimos do nosso motorista e já fomos assediados por muitos carregadores de mala. Ainda não sabíamos que eles tinham um “chefe”. Recusamos as ajudas e tentamos não deixar ninguém por as mãos nas nossas malas, conforme as instruções que tínhamos recebido anteriormente. Alguém abriu a porta para entrarmos no aeroporto e... agora sim experimentamos o verdadeiro estresse dos aeroportos de Lagos.

Antes mesmo de dar o segundo passo porta a dentro, um homem com traje local nos esperava perguntando efusivamente qual era o nosso vôo. O saguão tão pequeno, tão lotado, com pouca iluminação, sem ventilação e sem nenhuma placa indicativa me fez dizer para este homem que eu precisava arrumar um local para sentar, tirar minha mochila e então conferir as informações do meu vôo.

Imediatamente este homem me conduziu para uma cadeira vazia no saguão. Um lugar tão pequeno para tanta gente e eu tentando pensar nas instruções recebidas dos meus contatos aqui na África: “não deixe ninguém tocar nas suas coisas! Não entregue seus documentos na mão de ninguém, a não ser que seja uma autoridade do aeroporto!”. Pois é. Aquele homem e sua “equipe de apoio” pareciam exercer toda a sua autoridade sobre eu e o Josias.

A pressão dele funcionou e quando nos demos conta, nossos passaportes já tinham ido parar nas mãos dele. “Caramba! Isso não podia ter acontecido”.

Imediatamente ele se dirigiu para o “guichê” do check-in com autoridade suficiente para furar fila e me dizer para esperar longe do guichê. Mas graças a Deus que me fez passar por baixo do cordão da fila do check-in e me colocar ombro a ombro com aquele homem no “guichê” de atendimento. Enquanto o atendente conferia nossa reserva de vôo e passaporte, aquele homem tentava ocupar todo o espaço do balcão para ficar sozinho na frente do atendente. Se não fosse por um milagre, aquele homem levaria vantagem no jogo de ombro comigo, afinal ele era muito maior que eu e também parecia muito zangado. Não sei exatamente com o que. Talvez pelo fato de eu ser estrangeiro.

Foi neste momento que Deus me ajudou a entender que eu deveria permanecer firme ali e entrar na disputa com aquele homem pela entrega do meu passaporte e do meu bilhete de embarque. Vi Deus agindo milagrosamente ali, pois quando eu estiquei o meu braço, o atendente colocou na minha mão o passaporte e também o bilhete para embarque. Tentei perguntar para o atendente onde era o portão de embarque, mas não consegui entender nada, pois o homem que estava do meu lado sabia que tinha vacilado em pegar de volta o meu passaporte e o bilhete de embarque. Ele devia ser tão experiente na “prestação” deste serviço para estrangeiros no aeroporto, mas alguma coisa deu errado para ele. Afinal de contas, eu havia recuperado meu passaporte e conseguido pegar o meu bilhete de embarque. Ele me acompanhou, bravo, até o portão de embarque. Dali pra frente ele não poderia entrar. Agora sim, havia finalmente um oficial do aeroporto, aguardando o meu passaporte e o meu bilhete para conferir. Aquele homem, querendo receber seu “pagamento pelos serviços prestados” me dizia que ali era pra ele o fim da linha e portanto hora do pagamento dos “serviços prestados”. Eu tinha 1.500 nairas no bolso direito da minha calça. Este dinheiro eu tinha recebido de troco pelo café da manhã. Uma nota de mil e outra de quinhentos, que correspondem a aproximadamente dez dólares. Ví que não escaparia de dar alguma gorjeta, pois afinal, por um lapso da minha parte, ele havia posto a mão nos meus documentos e prestado um “grande serviço”, numa experiência que foi muito estressante para um começo de dia. Mas eu não sabia quanto poderia ser uma gorjeta compulsória. E o pior era que outros da sua “equipe” o acompanhavam para tentar receber alguma coisa também. Acho que ele se animou quando viu sair do meu bolso as duas notas. Uma nota ficou pra ele e a outra para alguém mais que nos cercava.

Antes de chegar mais alguém para a gorjeta, eu e o Josias demos um passo na direção da área restrita para embarque e pronto!

Ufa! Que começo de dia difícil. Mas consigo ver a mão de Deus me ajudando em tudo.

Esse passo na direção da área de embarque trouxe um alívio por termos a certeza de que a partir dali estávamos separados daquele homem e da sua “equipe” e portanto ele já não podia mais exercer nenhuma pressão sobre nós.

Toda essa história para lembrar que um dia também, eu precisei dar um passo em uma nova direção na minha vida, que é Jesus. E a partir desse passo na direção certa eu também fiquei completamente livre da pressão do pecado sobre mim.

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